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traduzido do francês:
[de fato, este é o grande perigo, um dos grandes perigos da nossa época, porque a economia, o cálculo econômico...]
...a economia é baseada em cálculos e tudo que foge ao cálculo é eliminado do pensamento econômico. isto faz com que, infelizmente ou felizmente... o que foge ao cálculo é a emoção, a vida, o sentimento, a natureza humana. então, temos um conhecimento abstrato. o conhecimento da sociedade não pode ser somente baseado no cálculo. os problemas sociais não podem ser reduzidos a cálculos. não podemos dizer que só o desenvolvimento da economia resolve todos os demais problemas humanos. e temos de reagir contra esta idéia simplista e redutora. acho que você teve razão de mostrar e apontar que tudo isso diz respeito à definição do ser humano. por muito tempo, acreditou-se que o ser humano era chamado o homo sapiens, isto é, o homem racional, e o homo faber, o homem que fabrica ferramentas. bem, de fato, somos homo faber. eu também sou, através da caneta ou do computador. homo sapiens, a racionalidade, é excelente. só que é sabido que a racionalidade só abstrata deixa de ser racional. você sabe que não há pensamento racional sem emoção. até mesmo o matemático tem paixão pela matemática, ou seja, não podemos pensar... a razão fria são unicamente os computadores. eles é que têm a razão fria. não têm sentimentos, nem vida. se os deixássemos governar a humanidade seria um perigo. portanto, somos seres capazes de emoções e de loucuras também. e, no fundo, a dificuldade da vida é navegar, não é? nunca perder a racionalidade, mas, também, nunca perder o sentimento, sobretudo o amor.
[do mesmo modo, como você disse, somos homens de economia. é claro, temos interesses econômicos, mas somos homo ludens [homem lúdico] também. gostamos de jogo. não são só os jogos infantis. os adultos adoram jogar. e não só jogar baralho ou ir ver uma partida de futebol. o jogo faz parte da vida. do mesmo modo, a prosa. de fato, ela faz parte da vida porque são as coisas obrigatórias e necessárias que fazemos, mas que não nos interessam. mas o importante eu disse há pouco: a prosa serve para sobreviver. mas a poesia é viver, é o próprio desabrochar. é a comunicação, a comunhão. se tivermos essa definição aberta do ser humano, levaremos em conta toda a dimensão humana. mas se ela for fechada e econômica, a perderemos.]
--edgar morin, 2000.
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2. |
la présence du cinéaste
06:34
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3. |
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4. |
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5. |
tranzit
00:55
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6. |
khane-ye doust kodjast?
05:34
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7. |
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8. |
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9. |
trompa Porto Alegre, Brazil
a canção ainda não composta, mas já de coração partido.
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